terça-feira, 3 de junho de 2008

"tudo métrica e rima e nunca dor..."


Eu era 1 ano e 3 meses, ela era estréia,

eu, por pouco tempo a mais nova, ela , por algum tempo, caçula,

eu sempre fui cacho, ela, franja,

eu era a melissa vermelha, ela, rosa,

minha mão direita segurava a sacola da melissinha e periquitos, a minha esquerda, a mão dela,

eu andava sobre telhados, ela, assistia,

eu já fui pra praia, pro campo, pra festa, pro castigo, ela era a minha companhia,

aí um dia, eu fui mapa da cidade e ela resolveu ser mapa do brasil,

e eu que era número três fiquei sem o número quatro por perto,

eu era beliche sem cama de cima,

eu era carro de passeio e ela, ponte aérea,

eu então resolvi ser dois, éramos eu e barriga, e ela, meu porto seguro,

eu mãe, ela madrinha,

eu ganhei meu pacotinho, ela veio com o carteiro,

mas foi de volta no primeiro malote,

eu era lágrima, ela, também,

agora ela quer ser mapa mundi, e eu quero que seja mapa astral,

ela, portal

eu , torcida

ela, realização

eu, por tabela...


(e continua...)

há que se ter mais de um post pra despetalar essa saudade que insiste em se antecipar...
aguarde os próximos, é o que diz a mãe!